Vila Notícias – Desde o último dia 02 de maio, a maioria dos alunos das redes, Estadual e Municipal de ensino de Vila Pavão estão tendo dificuldade de frequentar às aulas por causa da paralisação do transporte escolar.
O transporte de alunos nos municípios é bancado pelo Governo do Estado, através de recursos repassados ao município que, por sua vez, contrata as empresas prestadoras do serviço.
O Governo do Estado está tendo problemas com o transporte escolar em vários municípios. Por falta de transporte, muitos alunos precisam caminhar quilômetros para chegar às salas de aula. A dificuldade para chegar à escola tem servido de estímulo para muitos alunos abandonar os estudos.
Em Vila Pavão, conforme levantamento da secretaria Municipal de Educação, estão sendo prejudicados aproximadamente 305 jovens que estudam no Centro integrado de Educação Rural – Ceier e EEEFM Professora Ana Portela de Sá, e outros 180 alunos da Rede Municipal de Ensino.
Mesmo com o número reduzido de alunos, as escolas continuam funcionando. No Ceier, por exemplo, escola situada a quatro quilômetros de distancia da sede Vila Pavão, segundo informações dos coordenadores escolares, apenas 08 alunos não necessitam do transporte escolar.
O educandário tem em média 150 alunos. Desses, cerca 70, que moram na sede do município e proximidades, estão indo para a escola, a pé, ou levados pelos pais, e também de carona em veículos de passeio que passam por lá. Os que moram em localidades mais distantes não estão frequentando as aulas.
O diretor, Irineu Wutke, lamenta a situação. Ele afirma que a direção da escola nem foi comunicada. “Ficamos sabendo da paralisação, através de ligações telefônicas das famílias que queriam saber o motivo dos filhos não chegarem à escola para estudar”.
Irineu explica que no dia 03 maio, o Ceier enviou e-mail ao subsecretário de Estado da Educação, Carlos Eduardo Zucoloto Xavier, pedindo explicações sobre a paralisação. Em resposta, o subsecretário escreveu: “Também fomos surpreendidos com a paralisação do Transporte Escolar de Vila Pavão. Estamos na tentativa juntamente com a Prefeitura de resolver a questão. As informações são de que uma empresa deseja obter valores superiores ao previamente contratado, o que NÃO É LEGAL. Sabemos dos transtornos causados pela paralisação, e não estamos medindo esforços para resolver a questão. Entendemos como lamentável o posicionamento dos prestadores de serviços, mas vamos tentar no diálogo resolver esta situação”.
Intervenção do Ministério Público
Há um impasse entre o Governo do Estado que não aceita renegociar reajuste na tabela de preço e os empresários, donos de empresas de ônibus que alegam trabalhar no vermelho. Eles não aceitam os valores da quilometragem proposto pelo Governo do Estado, em portaria publicada no Diário Oficial do Estado do dia 1º de abril.
Para a secretária municipal de Educação, Marlene Moronari de Oliveira, o problema deve se arrastar até os contratos do transporte escolar serem renovados, mas para isso, empresários e Governo do Estado, precisam primeiro chegar um acordo.
Ela garante que a municipalidade está fazendo tudo o que está ao seu alcance para ajudar a solucionar o impasse. “Pensando num retorno mais rápido dos alunos às salas de aula, o município solicitou a intervenção do Ministério Público na questão para ajudar nas negociações“, afirmou a secretária.
O outro lado
Os donos de empresas de transporte escolar de Vila Pavão, garantem que o governo não foi surpreendido com a paralisação. Segundo o empresário Xester Tose, no dia 28 de abril, um dia antes do vencimento do contrato de sua empresa com o município, ele e a secretária municipal de Educação, Marlene Moranari de Oliveira, estiveram na Sedu para tentar um acordo e não paralisar o serviço.
O empresário, alega que as linhas do transporte escolar em Vila Pavão são curtas e os valores oferecidos pelo governo não cobrem os custos, visto que o estado trabalha com a tabela de 2015. “O que causa estranheza é que em outros municípios o governo paga valores diferenciados do que foi acertado na tabela de preços. Eles insistem em não reajustar os preços. De nossa parte, a intenção é chegar a um acordo o mais rápido possível. Não interessa para nós ficar com os veículos parados nas garagens, causando desemprego e deixando as crianças fora das escolas. “, afirmou