Vila Notícias – O prefeito Eraldino Jann Tesch decretou na última segunda-feira, 09, Situação de Emergência em Vila Pavão, em decorrência da estiagem prolongada.
No decreto o prefeito expõe vários motivos para adoção da medida, entre eles, grandes danos à subsistência e saúde da população, tanto da sede como dos distritos, que estão com o abastecimento de água potável comprometido.
Além de afetar o abastecimento, na sede e nas localidades interioranas, a falta de água vem causando enormes prejuízos na produção agrícola e pecuária, impactando sensivelmente a economia local.
No distrito de Praça Rica o abastecimento está completamente comprometido. O racionamento na localidade começou em outubro do ano passado, quando as cerca de 160 famílias que residem na comunidade passaram a ser abastecidas através de caminhão pipa da Prefeitura Municipal.
A escassez de água chegou também ao distrito de Todos os Santos. A localidade é servida por um poço artesiano que já não é suficiente para manter as 110 famílias que residem na comunidade, por isso, o abastecimento está sendo feito em dias alternados, vez que o poço, só consegue abastecer cerca de 50 famílias por dia.
Racionamento na sede
O racionamento de água na sede de Vila Pavão, este ano chegou com pelo menos seis meses de antecedência.
A água que abastece a cidade é extraída de uma barragem no Córrego Socorro e de três poços artesianos. As fontes já não são suficientes para o atendimento à população. Em decorrência disso, recentemente, a Cesan impôs o racionamento com água liberada apenas no horário das 8h às 18 h, com tendência de ser estendido para dias alternados.
Prejuízos
A crise hídrica no município, segundo o Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural), está associada à diminuição da chuva, fenômeno que começou a ocorrer a partir do ano de 2014 e se arrastou para os anos de 2015 e 2016, ocasionando uma drástica diminuição do volume de água da maioria dos córregos e rios.
De acordo com a Defesa Civil local, quase todos os córregos do município estão com o fluxo de água cortado. Isso atingiu a maioria das propriedades, provocando diminuição profunda nos níveis dos reservatórios particulares, como represas e poços usados para irrigar lavouras, que operam em média, com apenas 5% da capacidade.
A AGERH (agencia estadual de Recursos Hídricos) classificou a situação do município como extremamente crítica, permitindo o uso da água, apenas para o abastecimento humano e animal, proibindo a captação para irrigação e uso industrial.
As perdas acumuladas na agropecuária e na agricultura no município de Vila Pavão, segundo levantamento realizado pelo Incaper e Secretaria Municipal de Agricultura, ultrapassam o valor de R$ 45 milhões de reais.