Nesta quarta-feira (16), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) comemora 60 anos de existência. Durante essa trajetória, a instituição contribuiu significativamente para o desenvolvimento da agropecuária no Espírito Santo.
O diretor-presidente do Incaper, Marcelo Suzart de Almeida, afirmou que ao longo de sua história, o Instituto atuou a fim de contribuir com os agricultores capixabas por meio da introdução de mudanças tecnológicas nos sistemas produtivos, gerando sustentabilidade ambiental, econômica e social no campo.
“Para os próximos 60 anos do Incaper, quebra de paradigmas e interdependência são as palavras de ordem. Com o intuito de que isso se concretize, é preciso perceber as oportunidades de captação de recursos públicos e privados sob a ótica de um novo modelo de gestão, ampliar as parcerias institucionais e fortalecer o protagonismo do Incaper no agronegócio capixaba, fundamental para a estabilidade social e econômica do Espírito Santo”.
No atual contexto, o diretor-presidente do Instituto afirma que é preciso garantir e gerar novas oportunidades aos jovens no campo (sucessão familiar); atualizar e capacitar técnicos e produtores (família rural) continuamente e avançar na socialização de conhecimentos técnico-científicos, por meio da criação de um Programa de Pós-graduação do Incaper.
“O Incaper é uma instituição com um capital humano muito qualificado em todas as áreas de atuação. Todos os profissionais do Instituto trabalham a fim de gerar inovação e desenvolvimento rural das famílias no campo, sob o prisma de uma gestão que atua, a fim de garantir a efetividade das ações que geram resultado para a sociedade”, relatou Marcelo.
O diretor-técnico do Incaper, Mauro Rossoni Júnior, afirmou que o Instituto é um órgão público de pesquisa e extensão rural respeitadíssimo em todo o Brasil. “Somos uma instituição de grande renome nacional e até mesmo internacional. Membros da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) afirmam que o Incaper é uma referência mundial em pesquisas em café conilon e agroecologia e que estamos inseridos em um oásis de diversificação e agricultores familiares”.
Como desafio, o diretor-técnico aponta o desenvolvimento de ações de gestão que possam manter a eficácia de um instituto que agrega pesquisa e extensão rural. “Nosso dinamismo precisa ser gigante. Vejo um futuro promissor para o Incaper. Temos tudo para fazer com que o Incaper, nos próximos anos, confirme sua competência com novos resultados de pesquisas e amplie sua abrangência no atendimento ao agricultor familiar. Faremos isso por meio das reformas nas estruturas físicas dos centros de pesquisa, dando suporte aos trabalhos técnicos e firmando parcerias com outras instituições”, finalizou Rossoni.
Ainda no tange ao futuro da instituição, o Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Octaciano Neto, destacou que os incentivos para novas pesquisas – a fim de gerar tecnologias que possam melhorar, cada vez mais, a qualidade dos produtos agrícolas capixabas e, consequentemente, a vida do agricultor – já começaram.
“O Incaper prestou um dos melhores serviços que uma empresa pública pode prestar no Brasil ao longo desses 60 anos. Com uma enorme contribuição à assistência técnica e extensão rural e também ao desenvolvimento de pesquisas e novas tecnologias, que conseguiram melhorar a vida de milhares de produtores do Espírito Santo. O sucesso do nosso Estado na agricultura, sobretudo nos últimos 15 anos, deve-se a maior parte a esse Instituto. O futuro é cheio de desafios como o de avançar produzindo ciência em conjunto com outras empresas públicas e privadas, além de estarem sempre ligadas à questão da sustentabilidade. A agenda ambiental é algo que deve estar presente em todas as propriedades rurais, para que não tenhamos que passar por uma crise hídrica como esta”, contou.
Vila Pavão
Em Vila Pavão, os funcionários do escritório local organizaram recentemente uma reunião com representantes da comunidade para mostrar um pouco mais da importância do Instituto para a vida do município. Na ocasião foi apresentado alguns dos trabalhos desenvolvidos pelo órgão em Vila Pavão, como o apoio ao homem do campo em projetos, assistência rural para as culturas e criações, implantação de lavouras alternativas ao café: Pimenta do reino, maracujá, etc.
” Sempre procuramos trabalhar em parcerias com as entidades e valorizando a agricultura sustentável”. Pontuou Rogério Durães de Oliveira (Administrador Rural).
Wantuil Luis Cordeiro, chefe do CRDR extremo Norte, conta que foi em 1986 que o escritório começou a funcionar em Vila Pavão e já com sede própria. Ele começou a trabalhar no local no ano seguinte, 1987.
Porém, neste ano de 2016, dois membros da equipe se aposentaram: O Engenheiro, Dulcino Bento Zucatelli e a Agente Administrativa, Sireny de Freitas. Os dois funcionários foram homenageados em cerimônia realizada no município.
Trajetória
O início da trajetória do Incaper no âmbito do sistema agrícola capixaba tem como marco a criação da Associação de Crédito e Assistência Rural do Espírito Santo (Acares), em 16 de novembro de 1956. Essa instituição tinha como objetivo elevar o nível de vida do agricultor, com a ajuda do crédito rural supervisionado, para aumentar a produção e a produtividade agrícola.
Na década de 1970, outras instituições foram criadas no âmbito do sistema agrícola capixaba. Em 1973, foi fundada a Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária (Emcapa), cuja finalidade era gerar, adaptar e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos, de acordo com a realidade rural do Espírito Santo.
Já em 1974, foi fundada a Empresa Espírito-Santense de Pecuária (Emespe) e, em 1975, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que incorporou a Acares. A Emater-ES, devido à sua capilaridade, proporcionou orientação técnica a agricultores pelos diversos municípios capixabas.
Em 1999, pesquisa, assistência técnica e extensão rural foram integradas com a criação da Empresa Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Emcaper), fusão da Emcapa com a Emater. Em 2000, a Emcaper tornou-se autarquia, dando origem ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Resultados para a sociedade
O Incaper atendeu, no ano de 2015, 68.321 agricultores. Essa instituição está presente, com bases físicas, em todos os municípios capixabas. De acordo com o Balanço Social da instituição do ano de 2014, o impacto econômico do Instituto no referido ano foi de R$ 1,34 bilhão. A cada R$ 1 investido no Incaper, a sociedade capixaba obtém um retorno de R$ 12,34.
O Incaper – autarquia vinculada à Seag – é responsável pelos serviços de pesquisa aplicada, assistência técnica e extensão rural no âmbito do Estado.