Uma família de agricultores do interior de Vila Pavão dá um show de cidadania e solidariedade. Senhor Wilson João Baldan de 43 anos, sua esposa Patrícia Miranda Machado, a sogra Lindava Miranda Machado e a filha Mylena Machado Baldan, 17 anos, decidiram dedicar parte de suas vidas para cuidar de cães que foram abandonados pelos seus donos.
Veja abaixo, a galeria de fotos
Mais conhecido como o “homem da bicharada”, Sr. Wilson, cuida de dezenas de cachorros. Atualmente o seu canil conta com 48 cães de todas as raças e tamanhos: pequenos, médios e grandes.
A grande maioria foi encontrada na beira das estradas e rodovias aqui no norte do Estado, abandonados, famintos e moribundos . Quando são resgatados pela família, recebem tratamento especial como: uma alimentação saudável a base de ração, banho, se necessário, até consultas veterinárias. O trabalho é realizado há mais de 06 anos sem fins lucrativos. Estima-se um gasto mensal de R$ 700,00 com a alimentação (ração), fora medicamentos, dentre eles, vermífugos, e material de higiene como sabonetes, xampus, etc.
Sr. Wilson possui uma pequena propriedade de 2 alqueires no Córrego do Estevão, distante 14 km da sede de Vila Pavão. Eles cultivam e produzem mudas de café e pimenta que vendem para agricultores da região e também criam patos, galinhas, cabritos e porcos.
No sitio não importa se o “melhor amigo do homem” é de raça ou vira lata, lá, todos recebem carinho e tratamento digno. Não precisa dizer que a família adora cachorros. Eles têm um carinho muito especial por esse animal, amados por muitos, mas também, muitas vezes, desprezados e mau tratados por outros.
Perto de algumas árvores frutíferas aparecem aves silvestres: papagaios e algumas espécies de jacus. O som das aves se mistura aos latidos dos cachorros e junto com a beleza do relevo e um lindo nascer do Sol, parece existir ali um encanto especial. Alí parece ser “O Paraíso dos Cachorros”.
É incrível a cumplicidade dessa família com esses animais. A filha Mylena conta que o regaste de alguns cães chega a ser dramático. Todos têm uma historia por trás. “ Hoje em dia sabemos que nossa estrutura não está para tantos cães, mas na medida do possível, tentamos dar o conforto necessário, principalmente o amor a cada um”, disse.
Todos os cães e cadelas têm um nome e uma história e Mylena, parece ter herdado do pai o carinho pelos animais. Ela mantém um diário, onde está registrado a história de muitos desses cãezinhos. Acompanhe:
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Cachorra Nega
Encontrada atropelada no canto do asfalto com uma de suas patas quebradas, nao conseguia andar. Após ser retirada do asfalto foi trazida para casa. Nas primeiras semanas só se arrastava, hoje em dia depois de um ano e meio está recuperada, anda normalmente não sente mais dor.
Guisma, Stefan, Max e Damon
Adotados no natal de 2012 após serem encontrados por um vizinho. Foram trazidos para nossa residência. Ainda não andavam, estavam começando a querer abrir os olhos. Haviam sidos abandonados na beira da estrada e estavam expostos sol. Eram cinco, infelizmente um não resistiu. A principio foram alimentados com leite de vaca. A seringa serviu de auxílio, facilitando a alimentação. Hoje em dia após 11 meses estão crescidos, levados, e retribuindo muito carinho ao nosso lar.
Pitty
Abandonada, ainda filhote, próximo à escola do CEIER, no município de Vila Pavão. Foi adotada pela família e já esta conosco há três anos. Cresceu e se tornou uma cachorra muito amorosa.
Chuleta
Encontrada ainda filhote ao lado do “corpo” de sua mãe, que provavelmente havia sido atropelada. Foi trazida para cá, recebeu muito carinho e cuidados e atualmente tem quatro anos de casa.
Lupi
Não sabemos de onde veio e nem quem era o seu dono. Apareceu em nossa casa. Recebeu carinho e alimentação e nunca mais foi embora. Está conosco há cerca de 05 meses.
Tosca
Adotada em Nova Venécia, estava na porta de um açougue, no qual recebia uma alimentação escassa, e em períodos noturnos restos de pipoca de um pipoqueiro. Meses depois o dono do estabelecimento a reconheceu e agradeceu o gesto de solidariedade. A cadela sofreu no período de adaptação, mas superou e está conosco mais ou menos cerca cinco anos.
Biju
Está conosco há cerca de 8 meses. Essa não foi encontrada, ela nos encontrou. Foi adotada num domingo às margens de uma represa e trazida para junto da família.
Lesci
Encontrada na porta de uma padaria após ser abandonada pelo dono que a ‘‘driblou”. Ele entrou por uma porta e saiu pela outra. Logo, após esse fato foi adotada e está conosco há três anos.
Pista
Adotada durante uma viagem. Foi encontrada às margens da rodovia. Estava com muito medo e escondida no meio do matagal. Fomos ao encontro dela e logo veio correndo até os nossos braços, latindo e abanando o rabo. Recebeu o nome de Pista porque foi encontrado na beira da pista, asfalto, estrada e está conosco há dois anos.
Cuíca e Cocada
Duas irmãs. Estão conosco há mais de um ano. Foram encontradas no asfalto sentido Nova Venécia a Vila Pavão. O período de retirada delas do meio do asfalto durou dois dias. No primeiro dia sem sucesso. No segundo dia com muita paciência conseguimos trazê – las para casa.
Com Mylena Machado Baldan