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O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) abriu procedimento para investigar a obra de construção da sede administrativa da Petrobras, em Vitória. A informação é de que ela teria custado 6,4 vezes mais que o previsto. Os procuradores vão apurar a atuação das empresas Odebrecht e Camargo Corrêa e de ex-dirigentes da companhia que atualmente são alvos da Operação Lava Jato, para saber se houve irregularidade nos gastos e enriquecimento ilícito.
A nova sede da companhia começou a ser planejada em 2005, quando foi lançado um concurso nacional para a escolha do projeto arquitetônico, vencido pelo escritório paulista Sidonio Porto. Na época, a estatal pensava em gastar R$ 90 milhões. Escolhido o projeto e realizada a licitação – vencida pelo consórcio composto pelas empresas Odebretch, Camargo Correa e Hochtief – a obra foi iniciada em 2006 com um orçamento de R$ 486 milhões. A conclusão só aconteceu em 2011, dois anos depois do previsto, e custou R$ 580 milhões, ou seja, 6,4 vezes mais que o valor inicial.
“Após a deflagração da Operação Lava-Jato os fatos relacionados à referida construção ganham novos contornos. As empresas que formaram o consórcio são, ao menos em parte, empresas que estão sendo investigadas. Também alguns dos ex-dirigentes presos ou investigados foram responsáveis por atos relacionados à obra. Estas circunstâncias, somadas ao valor divulgado da obra, fazem necessária investigação para saber se houve eventual irregularidade nos gastos e/ou enriquecimento ilícito”, conclui o MPF-ES no despacho que determinou a abertura do procedimento.
Na época da construção, a Petrobras informou que “o aumento no custo foi devido a reajustes contratuais considerados normais em obras desse tipo” e que o investimento seria necessário para atender as diversas inovações. A empresa também havia explicado que o atraso se deu por diversos fatores, como condições climáticas, características do terreno, além da obtenção de licenças ambientais e greve dos trabalhadores. Fonte: G1