Vila Notícias – Assim como o 11 de Setembro de 2001 serviu como pretexto para a ‘Guerra ao Terror’, que levou à invasão do Iraque e à derrubada do regime de Saddam Hussein, numa iniciativa liderada pelo governo de George W. Bush, nos Estados Unidos, a sexta-feira 13 de ontem também deverá ter grandes repercussões no mundo.
Neste sábado, o presidente francês atribuiu os atentados ao Estado Islâmico e os classificou como “ato de guerra” – o que significa que a França irá reagir no campo militar. Além disso, ele prometeu liderar uma “caçada implacável aos terroristas”.
Fontes policiais informaram que aproximadamente 128 pessoas foram mortas no ataque à sala de espetáculos, mas agências de notícias, com base em relatos de autoridades, afirmam que o número vítimas fatais somente na casa de shows já é de 145.
Os efeitos serão sentidos também no campo das liberdades individuais. Ontem, Hollande, decretou o fechamento de fronteiras e o estado de emergência, medidas inéditas desde a Segunda Guerra Mundial. Entrar e sair da França será mais difícil e toda a população, seja ela de moradores ou turistas, será permanentemente vigiada.
Com os atentados em série de ontem, que provocaram um banho de sangue em Paris, a questão síria será colocada no centro dos debates internacionais. Há vários anos, os Estados Unidos vêm tentando derrubar, sem êxito, o regime de Bashar al-Assad, com sua política de apoio logístico, financeiro e material a grupos de oposição ao regime – o que criou, como subproduto, o Estado Islâmico.
Nessa empreitada, a França se aliou ao Ocidente nos bombardeios à Síria, numa guerra que é a principal razão para a crise dos refugiados, que, apenas em 2015, já enviou mais de 800 mil pessoas desesperadas à Europa.
Na noite de ontem, uma revista que monitora grupos jihadistas, anunciou que o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. Além disso, há rumores de que os terroristas teriam gritado as palavras Iraque, Síria e vingança, antes dos disparos no Bataclan.
O conflito sírio, no entanto, se tornou mais complexo desde que o presidente russo, Vladimir Putin, passou a também combater o Estado Islâmico – só que em parceria com o presidente Assad, que foi recebido em Moscou, e não em oposição a ele.
Depois de ontem, a nova Guerra Fria poderá desencadear conflitos ainda mais perigosos.
Fonte: Agência Brasil