
O Espírito Santo, maior produtor de café Conilon do país conviveu nos últimos anos com um baixo índice pluviométrico. Isso, acarretou a diminuição da área em produção por causa do esgotamento das barragens, rios e córregos e a proibição do uso da irrigação.
As condições climáticas desfavoráveis, ou seja, a falta de água nas propriedades rurais levou os municípios produtores de café do estado, a ter safras ruins, especialmente, nos anos de 2.014, 2.015 e 2.016.
De acordo com estimativas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em 2.017, graças ao aumento da pluviosidade, as lavouras conseguiram recuperar as folhas, crescer os ramos e melhorar sua saúde geral. A estimativa de produção nessa safra, comparado com a safra passada, teve em média um crescimento de produção em mais de 40,%,

Recorde de produção na próxima safra
Notícia melhor ainda é que com a volta do ciclo regular de chuvas, iniciado em 2017, a expectativa para a safra 2.018/2.019 é uma produção superior, cerca de 20% a 30%, em relação à safra 2.017/2.018, quando ocorreu uma produção interessante, como vimos acima. Mais do que isso, o Incaper prevê que a safra do ano que vem no estado de Conilon e Arábica poderá superar o recorde histórico com uma produção superior a 13 milhões de sacas.
Vila Pavão já atingiu 1.200 milímetros de chuva
Segundo, o chefe do escritório local do Incaper, Rogério Durães de Oliveira, para se desenvolver bem, uma lavoura cafeeira necessita de pelo menos 600 milímetros de chuvas regulares por ano.
Segundo dados do escritório do Incaper, no início da semana, o município de Vila Pavão já havia atingindo 1.200 milímetros de chuva, fato que não ocorria há mais de 10 anos. “A previsão é que até o final do ano, o município atinja a fantástica marca de 1.400 milímetros de chuva. Isso, garantirá a reposição de água nos rios, córregos, e reservatório como barragens, represas e poços, o que, seguramente, irá impactar positivamente as próxima safras cafeeiras”, garante.
“Uma boa colheita depende de uma boa florada, ciclo que inicia-se no ano anterior, geralmente nos meses finais do ano e encerra-se no ano subsequente com a granação, maturação dos grãos e colheita. Com a volta das chuvas, as lavouras do parque cafeeiro de Vila Pavão, estimado em 4.500 hectares, recuperaram o vigor e encontra-se em ótimas condições”, completa.
Conscientização
Se por um lado, a seca dos últimos trouxe grandes prejuízos econômicos para os produtores, por outro, desencadeou um processo de conscientização nos produtores. “O agricultor pavoense hoje está mais consciente, não só em relação ao déficit hídrico, mas também com a conservação das nascentes, do processo de erosão, construção de barragens dentro das condições técnicas e ambientais e com as questões do trato com a lavouras, visando aumento na produção”, disse o chefe do escritório local do Incaper.
Impacto na economia do município
Segundo Rogério, Vila Pavão possui um parque cafeeiro importante dentro do Espirito Santo, fator preponderante que movimenta a economia local e a queda drástica na produção, sobretudo, nos anos de 2.014, 2.015 e 2.016 trouxe um desalento geral à cadeia produtiva do café, ao comércio e à geração de impostos que depois retornam ao município. “A previsão de boas colheitas futuras, iniciada nesse ano, está trazendo novo alento e os produtores já começam a recuperar as perdas das colheitas anteriores”, afirma.