
Num espaço de 24 horas, de acordo com o boletim, divulgado na noite de ontem, quarta-feira (08), pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), houve um aumento de 24 novos casos de malária em Vila Pavão. Agora já são 86 casos confirmados. Até o final da tarde da última terça feira (7), eram 62 casos.
No município vizinho de Barra de São Francisco o número de casos, passou de 18 para 20. Agora no estado do Espirito Santo são 106 casos confirmados da doença.
O município pavoense recebeu um novo lote de inseticida e 500 kits de testes para a identificação da malária. Os testes serão realizados pelas equipes de saúde durante as visitas na zona rural. Já o inseticida está sendo usado na borrifação de ruas, nos quintais e dentro das casas nas áreas consideradas de risco para bloquear os focos do mosquito.
A equipe que combate a malária em Vila Pavão suspeita a doença tenha chegado ao município, trazida por familiares de pessoas que vivem na região norte do País (Acre, Rondônia, Amazonas), que foram ao município visitar parentes ou os próprios moradores que tenham ido e voltado.

Frentes de combate à doença.
Segundo o enfermeiro da secretaria municipal de Saúde, Wendrio Januth que integra a força tarefa instalada em Vila Pavão, o trabalho de combate à malária no município é realizado em quatro frentes. “Uma das principais que estamos desenvolvendo no momento é o que chamamos de ‘bloqueio’. Temos uma equipe com mais de 15 homens atuando dentro das cinco localidades consideradas áreas de risco que são: Conceição do XV, Assentamento, Praça Rica, Córrego do Estevão e Córrego do Paraíso. Nesses locais está sendo feito um trabalho de borrifação de um inseticida, que não é comum, é específico para o combate da malária. Então, essa equipe tem trabalhado incessantemente nesse bloqueio evitando a disseminação dessa epidemia. Outra ação que fazemos é a assistência e o diagnóstico direto aos pacientes que são confirmados, além do fornecimento do medicamento”, informou o enfermeiro.
Situação de emergência
Na ultima segunda-feira (6), a Prefeitura de Vila Pavão decretou situação de emergência em Saúde Pública em razão do surto de malária na cidade. Por conta disso, foi criada a Sala da Situação, com o objetivo de monitorar as ações administrativas de combate à doença.
A medida foi tomada pela Administração Municipal para ampliar as equipes que estão trabalhando no combate e monitoramento da doença.
Eventos após 17 horas estão proibidos
Na manhã da última terça-feira (7), o prefeito publicou outro decreto, desta vez, proibindo eventos festivos, religiosos e esportivos com aglomeração de pessoas, após às 17h, até que haja a contenção do surto de malária no território pavoense. A intenção é limitar a movimentação de pessoas de uma região para outra dentro do município, sobretudo, no horário de revoada do mosquito, e assim, evitar que mais pessoas sejam contaminadas pelo protozoário causador da doença.
Com isso, todos eventos programados para os próximos dias, inclusive, eventos deste fim de semana deverão ser adiados. A 21ª Pomitafro, maior evento cultural da região, como já era esperado, foi adiada – uma nova data será divulgada, isso, após o controle do surto de malária pelas autoridades sanitárias que atuam no município.
Matérias sobre o assunto:
- Força tarefa é criada em Vila Pavão para enfrentar ameaça de malária Número de casos confirmados de malária em Vila Pavão sobe para 43
- Vila Pavão fecha segunda-feira com 50 casos confirmados de malária Vila Pavão decreta Situação de Emergência em razão do surto de malária no município
- Vila Pavão já tem 62 casos confirmados de malária. Em razão do surto da doença, município adia 21ª Pomitafro
- Vila Pavão recebe novo lote de produtos para combater malária
Malária
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. A cura é possível se a doença for tratada em tempo oportuno e de forma adequada. Contudo, a malária pode evoluir para forma grave e para óbito.
No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma letalidade mais elevada que na região Amazônica.
Sintomas
Os sintomas são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de Cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica. Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma no caso de uma nova infecção.
A malária grave caracteriza-se pelo aparecimento de um ou mais destes sintomas: prostração, alteração da consciência, dispneia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, hemorragias, entre outros sinais.
Transmissão
A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade.
A malária não é uma doença contagiosa. Ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa. É necessário o vetor para realizar a transmissão.
Apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes de transmitir a malária. O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio.
Prevenção
Entre as medidas de prevenção individual estão: uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelentes.
Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são borrifação intradomiciliar, uso de mosquiteiros, drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.
Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.
Tratamento
No geral, após a confirmação da doença, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença. Quando realizado de maneira correta, o tratamento da malária garante a cura da doença.