Ela perdeu quase tudo na enchente, seus acervos de anos foram – se embora com as águas do final de 2013, mas não perdeu a vontade de continuar fazendo história, de resgatar a cultura de seu lugar. Nadir Maria da Silva Vieira é Capixaba e chegou à Vila Paulista com apenas 04 anos de idade com a mãe. De família muito humilde conseguiu a proeza de se formar em pedagogia pela Faculdade Salgado Filho do Rio de Janeiro.
Construiu família e teve quatro filhos, que possuem a mãe como orgulho maior. E com toda razão, afinal sua história é louvável. Nadir atuou nas Escolas Unidocentes de vários Córregos da região. Começou pelo Córrego do Nicola aos 23 anos ( 1976), anos depois, já na Escola Ascendina Feitosa, se aposentou (2007).
Hoje Nadir atua na pastoral da criança e nos projetos das escolas locais como voluntária. Mas, o que mais valoriza esta mulher, é o fato de ter fundado a única festa cultural de Paulista, isso em 2004, com um tema fixo: Resgatando a nossa cultura. Sempre na data do aniversário da fundação oficial da Vila: 10 de outubro.
Ela conta que a ideia nasceu ainda na sala de aula num projeto Escolar, a partir daí percebeu que era hora de sua cidade ter uma história narrada pelos seus moradores, então organizou a festa de Paulista. Contou na época com a ajuda do prefeito “ Edinho” e do empresário “ Valceles” que seguindo o projeto de Nair construíram a praça municipal ( Pracinha), iluminaram várias ruas e construíram pontes nas dependências da Vila. Desde então, a comemoração acontece todos os anos, sempre utilizando uma história local como tema, além de muita música, apresentações, brindes, comidas típicas, etc.
Este ano será resgatado a história da mais antiga obra da cidade: A Olaria da Rua São Mateus, que pelas pesquisas da professora completa 100 anos, isso porque Paulista já existia antes de sua fundação oficial. Conversando com a equipe do Vila notícias nesta manhã do dia 8 de março, Nair revelou-nos a origem do Nome Paulista: “Ainda na colonização, aqui tudo era mata, só havia um bar, onde três tropeiros sempre paravam para descansar.Depois surgiram quatro famílias apenas e mais tarde surgiram outras vindas de São Paulo. Devido a essas últimas famílias o lugar ganhou seu nome”.
Neste dia internacional da mulher estamos lembrando desta pessoa que com recursos próprios e doações, nos dá este exemplo de vida, porque um povo sem história é morto.Mas, Nair é uma biblioteca viva, sempre disposta a colaborar com as escolas e pesquisadores.
Parabéns! Professora por uma atitude tão rara nos dias de hoje.