Quatro anos depois do encontro com o então presidente Lula e lideranças do PMDB e PSB que tiraram Ricardo Ferraço (PMDB) da candidatura ao governo do Estado, colocando Renato Casagrande à frente do palanque palaciano, uma nova reviravolta no tabuleiro eleitoral do Estado está sendo alinhavada em Brasília.
Como adiantou a coluna Socioeconômicas desta quinta-feira (20), um encontro entre o ex-presidente Lula, o ex-governador Paulo Hartung, o presidente estadual do PT, o ex-prefeito de Vitória João Coser e o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), deu início à negociação para a construção de um palanque alternativo para disputar o governo do Estado. A deputada federal Iriny Lopes (PT), porém, nega que Coser tenha participado desse encontro. De outro lado, fontes de Brasília confirmam que Hartung e Vidigal participaram.
Polêmica à parte, a costura teria Hartung como candidato ao governo do Estado, com a incumbência de isolar o palanque socialista de Eduardo Campos no Espírito Santo, único Estado governado pelo PSB fora do Nordeste. A articulação atende ainda ao interesse do PT nacional em ter um palanque exclusivo para a presidente Dilma Rousseff no Estado, além de assegurar a candidatura ao Senado a um petista, no caso, Coser.
O PDT entra em uma fila sucessória podendo governar o Estado em 2018, quando o governador, caso a chapa seja vencedora, se afastar do cargo. A movimentação do grupo do ex-governador antes do encontro e durante a semana, já dava os sinais dessa articulação, mesmo com o interesse de manter o assunto em sigilo.
A movimentação começou na verdade depois do carnaval com a divulgação do estudo por parte de economistas (Haroldo Correa e Ana Paulo Vescovi) ligados ao gabinete do senador Ricardo Ferraço (PMDB) sobre o aumento dos gastos do Estado no governo Casagrande. O senador, em várias ocasiões, veio a público para tentar desvincular sua imagem da divulgação do estudo.
Este movimento precedeu a prestação de contas do governador Renato Casagrande na Assembleia, no último dia 10. O tema foi abordado de forma provocativa pelo deputado estadual Paulo Roberto (PMDB), que fora líder do governo na gestão Paulo Hartung.
Século Diário
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