
Surpresas. Foi assim o reencontro, após quatro décadas, da professora Glória Bernadete Esperling Trapp e do esposo, Paulo Trapp, também educador, com ex-colegas de estudo da década de 1980. O encontro, que começou como uma visita a amigos em Barra de São Francisco, transformou-se em uma jornada nostálgica por Vila Pavão, revivendo laços de amizade e histórias do tempo em que todos eram jovens estudantes no Rio Grande do Sul.
Glória e Paulo, professores aposentados da Escola Evangélica de Ivoti (EEI), planejaram uma visita ao amigo Vilmar Saar, que mora em Barra de São Francisco. Aproveitaram a proximidade para passar por Vila Pavão, onde reside outro colega da época, Jorge Kuster Jacob. O grupo compartilhou trajetórias paralelas: estudaram juntos no ensino médio em Ivoti e, posteriormente, na graduação em São Leopoldo (RS), cidade onde alguns seguiram carreira acadêmica e outros, como o pastor Arlindo Krauser, se dedicaram à teologia.

A viagem reservava reviravoltas. Ao chegarem a Barra de São Francisco, descobriram que o pastor Arlindo Krauser, outro ex-colega, também estava em Vila Pavão. A coincidência ganhou contornos de destino quando, durante uma visita à Igreja Evangélica de Confissão Luterana (Igrejona) de Vila Pavão, onde ocorria um encontro de corais, depararam-se com Karin Hilde Dieter, professora e companheira de estudos no mesmo período. “Foi como fechar um círculo. Não esperávamos tantos reencontros em um só dia”, relatou Glória.
Um tour pela cultura local e lembranças em forma de presente
Guiados por Jorge Kuster Jacob, o grupo explorou pontos emblemáticos de Vila Pavão, incluindo a Secretaria Municipal de Cultura, cuja arquitetura típica chamou a atenção. Jorge ainda presenteou os amigos com uma lembrança simbólica: uma “garrafinha do convite para o casamento”, arte local que celebra tradições da região.

Café colonial pomerano e o abraço do tempo
O ápice da emoção veio na residência do pastor Arlindo Krauser, onde a família preparou um café colonial pomerano, herança cultural dos imigrantes que colonizaram a região. Entre cucas, bolos e linguiças caseiras, o grupo mergulhou em histórias do internato em Ivoti, das aulas em São Leopoldo e das travessuras da juventude. “Rimos até chorar. É incrível como o tempo não apaga certas memórias”, comentou Paulo.
De volta aos Pampas, mas com o coração aquecido
Após dias de convívio intenso, os “gaúchos” Glória e Paulo retornaram ao Rio Grande do Sul na segunda-feira, carregando na bagagem mais do que lembranças: a certeza de que amizades construídas há 40 anos permanecem vivas. “Foi um presente reviver tudo isso. A vida nos separou geograficamente, mas as raízes continuam aqui”, despediu-se Vilmar Saar.
O reencontro, além de reacender laços, destacou a força das tradições locais e a importância de preservar histórias que unem gerações. Para os colegas, ficou o registro de um dia em que o passado e o presente se entrelaçaram em torno de uma mesa farta, risadas e muita gratidão.