
A morte de uma mulher identificada como Viviana Silvério Reis, na noite de sábado (20), no bairro João Alves, em Boa Esperança, noroeste do Espírito Santo, é marcada por inconsistências que levantam dúvidas sobre as circunstâncias do ocorrido. A polícia investiga o caso, que foi inicialmente registrado como suicídio, mas que depende de exames periciais para ter sua causa definitiva esclarecida.
De acordo com informações apuradas junto a fontes policiais e de socorro, populares relataram inicialmente que a vítima teria tirado a própria vida por enforcamento. No entanto, quando as equipes da Polícia Civil, do hospital local e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) chegaram ao local, a cena já havia sido modificada: o corpo de Viviana havia sido retirado do suposto ponto de enforcamento.
A vítima foi colocada na ambulância, onde os socorristas tentaram reanimá-la por um longo período. Os esforços, no entanto, foram em vão, e Viviana não resistiu, tendo a morte constatada no local.
Contradições nos relatos
O caso ganhou uma nova dimensão com os relatos de socorristas que atuaram no atendimento. Eles afirmaram, sob reserva, que a vítima não apresentava sinais físicos compatíveis com enforcamento, contradizendo a versão inicial propagada por moradores. Essa ausência de marcas no pescoço é um ponto crucial que a polícia investiga.
Fontes da Polícia Civil reforçaram que os exames a serem realizados pela Polícia Científica são fundamentais para determinar a causa real da morte. O corpo de Viviana foi inicialmente encaminhado ao necrotério do Hospital Cristo Rei, no Centro do município, e, na manhã de domingo (21), foi levado pelo rabecão para a Seção Regional de Medicina Legal (SML), onde será submetido à necropsia.
Perícia é fundamental
Um perito ouvido sob reserva destacou que a alteração da cena original, somada à falta de uma perícia imediata no local e às contradições entre os relatos, impede que qualquer hipótese – seja de suicídio, acidente ou homicídio – seja descartada ou confirmada neste momento.
“A ausência de marcas no pescoço não permite confirmar que tenha ocorrido enforcamento. Em casos assim, apenas os exames são capazes de apontar a causa da morte com precisão”, afirmou o perito.
Oficialmente, a Polícia Civil e a Polícia Científica confirmaram que o boletim de ocorrência foi registrado com a classificação inicial de suicídio. No entanto, fontes da corporação enfatizaram que a manutenção dessa classificação é provisória e está condicionada integralmente aos resultados dos exames periciais, que devem esclarecer os fatos que levaram à morte de Viviana Silvério Reis.