A Justiça do estado de Pernambuco concedeu, na tarde desta terça-feira (24/9), habeas corpus para o cantor sertanejo Gusttavo Lima. Também foi revogada a retenção do passaporte do artista.
Os advogados do cantor, Delmiro Dantas Campos Neto, Matteus Macedo e Cláudio Bessas, entraram com o pedido de habeas corpus na noite de segunda-feira (22).
Entenda o caso
Nessa segunda-feira (23), a Justiça de Pernambuco havia determinado a prisão do cantor Gusttavo Lima. A decisão foi da juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça do estado.
O pedido de prisão aconteceu no âmbito da Operação Integration, que prendeu também a influenciadora e advogada Deolane Bezerra.
A juíza acatou pedido da Polícia Civil de Pernambuco e rejeitou argumentos do Ministério Público de Pernambuco, que, na sexta-feira (20), tinha pedido a substituição de prisões preventivas por outras medidas cautelares.
“É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, escreveu a juíza.
A juíza apontou que, no retorno de uma viagem à Grécia, uma aeronave que transportou Gusttavo Lima e outros dois investigados pode ter deixado dois investigados no exterior.
“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, afirmou.
Operação Integration
A Integration investiga um esquema de lavagem de dinheiro relacionado à exploração de jogos do bicho e jogos de azar.
Segundo a investigação, a Balada Eventos e Produções LTDA, da qual Gusttavo Lima é sócio, “é responsável pela conduta de ocultar valores provenientes dos jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos”.
A Balada Eventos vendeu um avião para uma das empresas investigadas pela polícia em um suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Porém, a defesa do cantor afirmou na época que o cantor e sua empresa “não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro”.
Gusttavo Lima afirmou em suas redes sociais na ocasião que autoridades haviam cometido excessos.