Vila Pavão se espalha pelo Brasil afora, após ler nossa homenagem a Rubem Braga, o ex- pavoense, Didio, aceitou ser colaborador para o vilanotícias. Didio é ex- aluno do CEIER e do colégio Estadual de Nova Venécia. Atualmente Didio é Especialista em Cultura Afro-descendente ( UFES), atua no resgate histórico da cultura de São Mateus e também como professor daquele município. A pedido, fez este resumo da história do lugar.
São Mateus, antigo Povoado do Cricaré, terra dos índios Aimorés, completa este ano 470 anos de sua colonização
“…Consta que os colonizadores portugueses chegaram em São Mateus por volta de 1544, mas o crescimento da cidade só se intensificou lá pelo século XVII. Quem quiser fazer uma visita aos tempos do Brasil Colônia pode começar pela região do antigo porto de São Mateus, conhecida como “Cidade Baixa”.
Ali se encontra um colorido conjunto de casarões coloniais, todos reformados, além de pontos de cultura local, como a Biblioteca Pública Municipal.
Do porto, eram exportados farinha, café, madeira e outros produtos vindos das fazendas da poderosa aristocracia local. Dali também partia os barcos rio acima ( Rio São Mateus) e posteriormente chegaram a Nova Venécia. Principalmente em busca das preciosas madeiras que havia naquela região.
Para trabalharem na produção chegavam pelo mesmo porto milhares de escravos, o que fez de São Mateus a cidade mais negra do Espírito Santo. Com os africanos, veio toda uma cultura que se mantém viva na cidade na forma de festas popular e nos antigos quilombos. Neles é possível conhecer o processo tradicional de fabricação do beiju – a tapioca -, com direito a degustação.

A igreja de São Benedito ( centro da cidade) foi um dos palcos dos eventos folclóricos realizados pelos negros. É uma construção jesuíta, data provavelmente do início do século XVIII e ainda é um local de grandes apresentações culturais como a cantata de Natal, realizada todo final de ano. Outra igreja que merece uma visita é a nossa ‘Matriz’ ( Diocese de São Mateus), que já existia em 1764 e sobreviveu a um incêndio para hoje poder contar sua história.
Além das edificações, São Mateus também foi,e ainda é, agraciado pelas suas maravilhas naturais, como suas belas praias. Elas fazem a festa de mineiros e capixabas, em especial no carnaval, quando a da ilha de Guriri é tomada por milhares de pessoas. “
( adaptado site Terra)