Edição Vila Notícias
A possível alteração na bancada federal capixaba, com rebatimento na Assembleia Legislativa, caiu como um balde de água fria sobre partidos que já “namoravam” de olho na eleição de outubro. Agora, a impressão que se tem é de que ninguém é de ninguém, e siglas que estavam encaminhadas para um enlace admitem que podem rever planos até a próxima semana. Isso impacta diretamente nos palanques rascunhados de Renato Casagrande e Paulo Hartung, que tendem a protagonizar o embate estadual.
Janete de Sá, presidente do PMN – um dos partidos considerados de pequeno porte que subscreveram, dias atrás, um manifesto de apoio ao governador – é uma das lideranças que admite um refluxo nas movimentações.
“Vamos ter que nos juntar a mais partidos para alcançar determinado patamar. Estamos sendo obrigados a reavaliar todo o cenário, porque para nós muda tudo”, diz Janete, em tom de preocupação. O partido da deputada deve se reunir até o final da semana que vem para uma espécie de “pré-convenção” para refazer cálculos proporcionais.
O PTB de José Carlos Elias é outra agremiação na berlinda. Com a convenção marcada para o próximo dia 15 e a incerteza quanto às vagas que estarão em disputa, a sigla tende a permanecer sem decisão até segunda ordem.
“Se o partido não fizer uma boa aliança, corre risco de não eleger ninguém. A decisão do TSE de reduzir as vagas alterou o rumo das conversas para todo mundo. Eu mesmo sou obrigado a conversar com os dois lados (Casagrande e Hartung)”, conta Elias.
A perspectiva é de que o Espírito Santo passe a ter 9 deputados federais e a Assembleia “encolha” das atuais 30 para 27 cadeiras. O futuro das bancadas está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, que na próxima semana vai apreciar recursos que visam a reverter a decisão.
Enquanto a decisão não sai, a hora é de “ficar na moita”, considera o deputado federal Paulo Foletto (PSB), um dos mais aguerridos defensores de Casagrande: “Esta será uma semana de todo mundo na moita, de conversas internas. A hora é de tomar cuidado, para todo mundo”.
Luzia Toledo, líder do PMDB na Assembleia, também reza na cartilha da cautela. Principalmente porque coordena a maior bancada da Casa, com sete deputados, já considerada “pesada” nos tratos de alianças. “Vamos ter que voltar e dialogar com todo mundo mais uma vez. A concorrência aumentou”, admite.
Se antes de o TSE mexer nas regras da eleição já havia uma dança das cadeiras em curso, agora a rotação parece estar sem norte. Ninguém quer ficar no vácuo quando a música parar, e para isso vai valer até mesmo tirar um aliado do jogo.
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