
Aos pés da simplicidade e da história, Isnar Alves de Almeida, conhecida carinhosamente como Dona Neném, pode ser a pessoa mais longeva do planeta. Nascida em 24 de agosto de 1907, segundo certidão emitida em 1980 pelo Cartório de Linhares (ES), a moradora de Sooretama, no Norte do Espírito Santo, prepara-se para celebrar 118 anos no próximo dia 24 de agosto. Se a idade for oficialmente validada, ela superará a brasileira Inah Canabarro Lucas, reconhecida em janeiro deste ano pelo Guinness World Records como a pessoa mais velha do mundo, aos 115 anos.
A trajetória de Dona Neném começa em Belmonte (BA), onde nasceu sem registro do pai ou avós, conforme documentos. Migrou para Sooretama décadas atrás com o marido, trabalhando na agricultura e como cozinheira, enquanto a cidade dava seus primeiros passos. Sua memória vívida impressiona: “Ela conheceu e se lembra dos meus avós”, emociona-se o vice-prefeito João Paulo da Silva, que anunciou a intenção do município de solicitar oficialmente o reconhecimento do Guinness.
Documentos e disputa por um recorde

A certidão de Dona Isnar indica que ela é quase um ano mais velha que a freira gaúcha Inah Canabarro, nascida em 8 de junho de 1908. A japonesa Tomiko Itooka, falecida aos 116 anos em janeiro, até então detinha o título. A validação exigirá rigorosa verificação, incluindo cruzamento de registros históricos e exames, mas a família e a prefeitura estão confiantes.
Na noite de 31 de março, durante as comemorações dos 31 anos de emancipação política de Sooretama, Dona Neném recebeu o Título Honorífico de Cidadã Sooretamense. Lúcida e caminhando sem apoio, ela aceitou a honraria das mãos do prefeito Fernando Camiletti e do vice João Paulo. “Todos temos um carinho imenso por ela”, destacou o vice-prefeito. Em 2022, já havia sido agraciada como Mulher Destaque do município.
Em 2021, ao completar 114 anos, Dona Neném compartilhou com a imprensa lições de vida marcadas por trabalho duro e simplicidade. Sua história, entrelaçada com a da própria cidade, torna-a um símbolo de resistência. Enquanto aguarda o possível título mundial, a comunidade celebra não só sua longevidade, mas seu legado como testemunha viva de um século de transformações.
“Ela é parte da nossa história”, resume João Paulo. Se o Guinness confirmar seu posto, Sooretama ganhará não apenas um recorde, mas a celebração global de uma vida que atravessou eras.
Com informações do Jornal Norte Capixaba.