Ele planejou friamente o assassinato de três membros de uma família porque tinha levado um tapa na cara do padrasto. Matou as pessoas que o padrasto mais amava e que nada tinha contra ele. E com requintes de crueldade, comprou Clonazepam, um medicamento tarja preta muito vendido nas farmácias. Marcou um almoço de domingo e pôs no suco o Rivotril para que todos ficassem tontos e fracos. Daí cometeu a chacina como num filme de terror matando um a um por estrangulamento.
Um psicopata? Possivelmente. Afinal agiu friamente e calculado. Não demonstrou verdadeiro arrependimento em seu depoimento. Aqui não quero, nem consigo, fazer uma matéria sobre o crime, mas uma reflexão: O que tem levados nossos jovens a tamanhas violências contra si e aos outros? Será que a humanidade perdeu de vez os valores morais? Ou seria a certeza da impunidade? Afinal contra o jovem, nada se pode fazer, neste caso, ele tem 17 anos e a lei o ampara. Ao completar 18 anos terá ficha limpa e poderá atuar de novo na sociedade. De que vale a polícia fazer sua parte se a lei é injusta?
Hoje, quem comete um crime até a véspera do aniversário de 18 anos é encaminhado a uma Delegacia da Criança e do Adolescente. Pode ficar preso até 45 dias enquanto aguarda uma decisão do juiz. Depois disso, independentemente da gravidade do crime, o infrator ficará no máximo três anos detido – o que raramente ocorre. Periodicamente, os jovens internados nessas unidades passam por avaliação psicológica e, se aparentarem ter condições de retornar ao convívio social, podem ser liberados. Quando apresentam bom comportamento, eles também tem direito a visitar a família a cada quinze dias e são beneficiados pelos “saidões” em datas especiais.
Para nos deixar ainda mais chocado fez na véspera da Páscoa. Momento que sabia que a família que mataria estaria confiante na suas boas intenções.
Não há o que refletir, o que se faz jus é mudar as leis porque as famílias brasileiras nunca estiveram tão reféns da violência como nos últimos anos. Inclusive, o Governo desarmou os lares e muniram os assassinos. Sim, nem vale a pena refletir, basta dizer que as agressões estão em todos os lugares, inclusive dentro das escolas. Basta dizer que isso aqui é América Latina, Brasil.
Por Vander Vigne