Apesar de a dengue ter perdido espaço na mídia para o coronavírus, o mosquito Aedes Aegypti não tirou férias. Ao contrário: um boletim epidemiológico do início de fevereiro do Ministério da Saúde aponta que o número de casos prováveis da doença para as primeiras cinco semanas do ano foi 19% superior aos notificados no mesmo período do de 2019. Em outras palavras: os cuidados com a dengue não devem, de jeito nenhum, ser renegados a segundo plano.
Outra má notícia é que as doenças associadas ao mosquito — que também transmite zika e chikungunya — podem ocasionar em uma parcela nos infectados, uma doença cardíaca chamada, miocardite e como sabemos, pessoas com problemas cardiacos estão no topo do grupo de risco do novo coronavírus.
Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Vila Pavão, Letícia Pianna, o combate ao mosquito Aedes aegypti não pode ser relaxado. “No nosso município, os agentes de endemia trabalham durante todo o ano, visitando as casas e concientizando a população, mas, mesmo assim, de janeiro para cá, muitos focos estão sendo encontrados nas casas e quintais da sede do município e das localidades de Praça Rica, Conceição do XV e Todos os Santos. Em razão disso, lembramos à população que a maior parte dos focos do mosquito está nos domicílios, assim as medidas preventivas envolvem o nosso quintal e também os dos vizinhos. Acabar com os focos ainda é a melhor forma de prevenir e evitar a dengue, zika e chikungunya“.
Cuidados
A maior parte dos criadouros do mosquito são encontrados dentro das residências, e seus ovos podem resistir por aproximadamente dois anos em ambiente seco. Ou seja, se o local em que ele foi depositado – uma garrafa, um pratinho de vaso de planta, por exemplo – não for eliminado, o ovo ficará ali esperando uma oportunidade para eclodir, ou seja, quando chover.
A população deve ficar atenta ao acúmulo de água em locais como calhas, pneus velhos, garrafas, além de manter quintais sempre limpos. É preciso trocar a água dos pratos de plantas. Também deve-se tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água, para, assim, evitar sua proliferação.
Indica-se o uso de repelentes, com precaução quando utilizados em crianças pequenas e idosos. Também são recomendados o uso de espirais ou vaporizadores elétricos nos horários em que os mosquitos mais picam: ao amanhecer e ao final da tarde. O ar-condicionado inibe o mosquito, mas não o mata.
E é fácil identificar o Aedes aegypti e diferenciá-lo do mosquito popularmente conhecido como pernilongo. O transmissor da dengue tem hábitos diurnos, mas pode picar à noite; é escuro com listas brancas; é um pouco menor quando comparado ao pernilongo; costuma voar mais baixo e tem uma picada indolor.
Se for picado e apresentar sintomas como febre alta e mal-estar geral, acompanhados de manchas avermelhadas pelo corpo, exantema (erupção cutânea), coceira leve, dor no corpo, dor de cabeça, procure imediatamente o médico, para que possa iniciar o tratamento mais adequado.