Escolas do Estado se preparam para trabalhar a questão do bullying . Não é fácil falar de um assunto tão complexo e tão real em nosso sistema educacional. Muitos conceitos se têm dado sobre este tipo de violência entre os estudantes de qualquer idade. Para mim, qualquer tipo de atitude que traga opressão ou conseqüências negativas à mente humana é bullying. As leis estaduais que tratam da questão referem-se às ameaças sofridas pelos alunos, mas hoje sabemos que talvez quem mais sofra psicologicamente na escola é o professor.
Esta semana, fiquei pasmo ao ver a imagem de uma professora de São Paulo agredida a cadeirada por um aluno de 8 anos, só porque lhe foi chamada a atenção. Afinal, de que tipo de família vem essa criança?
Por mais que se eduque para aceitação do outro, o que vemos é a incapacidade dos jovens aceitarem as diferenças, ou mesmo de serem advertidos. Nós professores andamos desencorajados e com medo. Muitos alunos são viciados, outros traficantes e há casos de estudantes armados. A violência da televisão, dos games, das impunidades políticas e sociais e tantas outras estão se propagando na sala de aula. Todos os dias vemos casos de bullying contra os docentes, principalmente ameaças, mas calamos, esse assunto morre dentro da escola. Tal qual uma mulher que apanha do marido, mas não denuncia com medo da repressão. Esta repressão, às vezes, vem dos próprios superiores que não desejam ver sua escola denunciada. O próprio sistema educacional, onde todo direito é dado ao aluno, gera um professor incapacitado.
A pedagoga Rosilene Corrêa, do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, já dizia em 2011, que a gravidade e a frequência dessas agressões tem preocupado a os educadores. “A violência no interior da escola, é uma consequência de uma escola violenta. Então todos nós estamos direta ou indiretamente envolvidos. O professor precisa entender que aquilo que ele sofre no interior da escola, tem que se tornar público. Ele tem que levar ao conhecimento das instâncias necessárias. Infelizmente, uma agressão que ocorre dentro da sala de aula, fica por ali mesmo, tentam resolver por ali mesmo, até porque o professor evita uma exposição”.
Percebemos que há uma mudança na forma como as crianças e jovens se comportam frente à autoridade de pais e educadores. Acontece que houve uma mudança significativa na posição dos pais quanto à colocação dos limites e das regras disciplinares em seus filhos, ou seja, não há limites. Ou os pais são agressivos ou são passivos demais. Ao não conseguirem impor disciplinas aos seus filhos, delegam a escola essa tarefa quase impossível já que a base da educação vem de casa.
Neste modelo, melhor repensar a escola. Talvez fosse melhor que meus filhos não fossem para escola, mesmo porque lá se aprende pouco. Qualquer aluno fazendo cursos online consegue tirar média superior a do ENEM das escolas tradicionais. O que salva as escolas públicas, por exemplo, de uma média ainda mais medíocre nesse exame, são centros tecnológicos federais. E veja que até hino de time de futebol tem sido aceito como redação dissertativa.
É com muito pesar que finalizo desta forma, depois de 40 anos como professor não tenho a audácia de querer que um jovem de boa fé se forme educador. É profissão de alta periculosidade. Talvez se a polícia desse aulas e os professores cuidassem do trânsito fosse mais coerente. Apenas sonho, sonho com o fim desta maldita escola que o mundo vem gerando e com o inicio de uma outra nova escola, onde se eduque de verdade e o medo não seja uma realidade. Se isso não for possível, então, que nossoss governantes, pelo menos, criem uma lei federal de proteção à vida do educador.
Seguidor anônimo