A polícia suspendeu neste domingo (27) as buscas pelos jovens Kauã Loureiro, Carlos Henrique Trajanos e Wellington Simon, desparecidos desde o dia 18 de agosto de Sooretama, Norte do Espírito Santo. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o protocolo internacional de buscas prevê o empenho de equipes por até 96 horas. No caso dos adolescentes, o protocolo foi ultrapassado e chegou a 120 horas de buscas.
Ainda de acordo com a Sesp, os trabalhos por parte das forças de segurança começaram no último dia 21 e desde quarta-feira (23) as investigações foram coordenadas por meio de uma sala de situação instalada na Prefeitura de Sooretama.
A sala de situação foi desfeita neste domingo, mas as equipes vão continuar de prontidão caso surjam novas informações sobre os jovens.
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O trabalho investigativo vai continuar na Delegacia de Polícia de Sooretama, que conta com o apoio da Superintendência de Polícia Regional Norte, da Delegacia Regional de Linhares e da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Linhares.
Polícia encontrou carro com sangue humano
Um veículo suspeito de ter sido usado no caso foi apreendido e encaminhado para perícia. No carro, foram encontrados vestígios de sangue, que, segundo o delegado da Policia Civil Eudson Ferreira, foi confirmado ser de humano.
Com a confirmação do sangue humano no veículo, os familiares foram ao Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, onde também foi coletado amostras de sangue para a realização de exame de DNA.
A polícia informou que o prazo de conclusão é de 30 dias, mas como caso está tendo muita repercussão, vai tentar adiantar o máximo possível para a saída do resultado, mas não deu nenhum prazo.
Buscas foram feitas com drones e cães farejadores
A polícia reforçou o trabalho de buscas pelos jovens com drones e cães farejadores. Uma sala de situação chegou a ser montada na prefeitura da cidade, onde a polícia montava estratégias de buscas.
Áreas mais isoladas foram mapeadas pelos drones e buscas foram feitas com cães treinados para este tipo de situação.
Desde o início da falta de notícias dos jovens, as famílias começaram a fazer vigílias na delegacia e prefeitura da cidade.
O pai de Kauá falou sobre a angústia de não encontrar o filho.
“Eu chego em casa me dá aquele vazio. Eu vejo a bolsa do meu filho ir pra escola, vejo as roupas dele lá, vejo a cama e meu filho? Cadê meu filho? Tudo dele está lá, mas o mais necessário não está”, disse o pai do adolescente.
Os três jovens de 15 e 14 anos desapareceram após irem para a rua de bicicleta ao ouvirem um tiroteio e depois não foram mais vistos. Todos os três não têm passagem pela polícia.