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A safra do café conilon deste ano em Vila Pavão e região, deve sofrer uma perda de 30% em média . Com mais de 80% da colheita realizada, em alguns casos, a perda pode chegar a 50%. A estimativa é do escritório do Incaper local que atribui a quebra, a fatores climáticos, como a seca prolongada, iniciada em meados de 2014 e as altas temperaturas.
Segundo o chefe do escritório do Incaper de Vila Pavão, Rogério Durães de Oliveira, a estiagem de 2014/2015 já era prevista, mas a diminuição na colheita não ocorreu somente por que muitos produtores não tiveram água para irrigar as plantações. O fator predominante, segundo ele, foi a alta temperatura que prejudicou o desenvolvimento da planta, provocando estagnação no seu metabolismo, interferindo no enchimento do grão, tamanho e peso do produto.
Em condições normais, a média de produção por hectare em Vila Pavão é de 35 sacas, com uma área plantada em produção de aproximadamente 8.120 hectares, mais 1.300 hectares de café em formação. Contudo, este ano, essa média, deve cair para 25 sacas, ou seja, uma perda de aproximadamente 10 sacas por hectare.
A diminuição na produção não atingiu apenas a safra cafeeira. Ocorreu também em outras culturas como pecuária e fruticultura, causando um impacto negativo na economia do município. Segundo dados do instituto, cerca de 32 milhões de reais deixarão de circular no município e isso é um péssimo indicativo, já que o município sobrevive basicamente dessas culturas.
Durães destaca que as perdas ocorreram não só no Espírito Santo com a safra do café conilon, ocorreram também na colheita do café arábica nos estados de São Paulo e Minas Gerais que de um modo geral tiveram uma redução da safra.
De acordo ele, as perdas poderiam ter sido maiores, não fosse as condições das lavouras do município que hoje possuem uma arquitetura muito melhor do que há alguns anos atrás. “Na verdade está acontecendo uma perda na produção. Agora, em termos rentabilidade podemos constatar que os preços estão subindo. Então, aconselhamos aos produtores, continuarem a cuidar das lavouras, mantendo os tratos culturais para que as perdas sejam compensadas na próxima colheita e também investir na diversificação com outras atividades para não ficarem atrelados a uma atividade apenas”, disse.
Para amenizar a preocupação dos produtores que temem não honrar suas dívidas, o cenário de oferta menor, fez o mercado reagir e os preços subirem. Essa recuperação nos preços do café, permitirá aos produtores recuperarem um pouco das perdas, já que, se comparado com os preços no mesmo período do ano passado, a saca de café teve um acréscimo de mais de 30 reais, passando a ser comercializada em alguns casos a R$ 300,00 a saca, com previsão de subir mais daqui para frente.