
Os moradores do bairro Ondina em Vila Pavão já se habituaram com o ritmo dos tambores nas tardes de sábado durante os ensaios do grupo de danças africanas Zacimba.
Os integrantes do grupo o batizaram com este nome em homenagem a Zacimba Gaba, uma princesa guerreira africana que pertenceu à nação de Cabinda, em Angola. Chegou ao Brasil em navios como milhares de africanos. Sua vida foi marcada pela resistência à escravidão.
Diz a lenda que a princesa guerreira fugiu do cativeiro, ao lado de outros negros que libertou. Na mata, criou um quilombo e comandou muitas lutas para salvar seu povo e nas noites escuras juntamente com outros guerreiros, a bordo de pequenas canoas, dominava as embarcações negreiras em alto-mar e libertavam os escravos.
O Zacimba é um grupo de percussão que nos faz lembrar o bloco carnavalesco “Olodum” da Bahia. É composto por 14 membros em média, com idade mínima de 7 anos. Sua proposta social, direcionada às crianças e adolescentes é forte. Trabalha principalmente com crianças carentes, desenvolvendo a coordenação motora, o audiovisual e a percepção com o objetivo de fortalecer e reverenciar a cultura africana, além de formar músicos e cidadãos.
De acordo com o Agente Comunitário de Saúde Alex Pereira da Silva, o projeto Zacimba surgiu há cerca de seis anos atrás, mas se firmou mesmo como grupo de percussão nos últimos quaro anos, quando começaram as apresentações.
Nos últimos anos o Zacimba vem se apresentando regularmente em escolas e festas comunitárias dentro e fora do município, tendo inclusive se apresentadas em Vitória na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
Apesar das adversidades, como falta de recursos, patrocínio e disponibilidade de tempo, a ideia dos coordenadores é expandir o movimento africano no município para que não fique restrito apenas ao grupo de percussão Zacimba. “A exemplo dos movimentos criados no município que ajudaram a fortalecer as culturas pomeranas e italianas, o Zacimba chegou para dar equilíbrio, vez, que as manifestações afros se encontravam em desvantagem”, comenta o coordenador.
O Grupo vai se apresentar pela primeira vez na Pomitafro. A sua estreia está marcada para domingo (08/10) à tarde.
Entre os incentivadores está a professora Sergiana Helmer, tendo contribuído decisivamente para a fundação do grupo que atualmente é coordenado pelo Agente Comunitário de Saúde Alex Pereira da Silva e Eunice de Fátima Chaves Dias, com apoio do músico percussionista Robinho José Maria Ferreira, o Mestre Robinho Batera coordenador do Afrozumba.
Os ensaios são realizados semanalmente (sempre nas tarde de sábado) no pátio da EMEF professora Esther da Costa Santos.