
Por Jorge Kuste Jacob
A modelo pomerana e capixaba de Vila Pavão Loiane Bienow Foerste tinha apenas 12 anos quando se tornou modelo profissional. Desde então, já desfilou para marcas como Alexandre Herchcovitch, Rosa Chá e Cavalera. Foi capa das revistas: Vogue, Claudia, Marie Claire, Win, M & Guia, entre outras. Vogue é a revista feminina de moda mais conceituada e influente do mundo. Loiane também fez editorais para várias revistas, entre elas, Elle e Nova. Participou ainda de desfiles no programa da Hebe Camargo do SBT, e outros canais de TV a nível nacional e internacional.
O jornal Pommeblad (1998 /2008) fez diversas reportagens sobre ela na época como a modelo pomerana mais promissora do Brasil. Ser capa da revista Vogue a mais famosa do mundo em moda já lhe assegurava isso. Natural da pequena cidade de Vila Pavão com aproximadamente 10 mil habitantes, um dos municípios mais pomeranos do Brasil. Loiane é filha de Ducinelda Bienow e Murcelino Foerste (im memoriam), duas das mais tradicionais famílias pomeranas no Estado do Espírito Santo.
O Brasil teve diversas mulheres de descendência germânicas muito lindas e de enorme sucesso nas passarelas e no mundo das artes. Podemos destacar a catarinense Vera Fischer e a gaúcha Gizele Bündchen. A capixaba e pomerana de Vila Pavão Loiane Bienow seguia os mesmos passos. Mas com o passar do tempo Loiane começou a perceber que a pressão estética da profissão não lhe fazia bem: “Eu vivia em constante dieta e procedimentos estéticos, como drenagem e aplicações, além de [usar] medicamentos para emagrecer via oral, sempre em busca do corpo ideal”, diz ela na reportagem de Vogue.
A aceitação
Com o tempo, a modelo lembra que demorou em ouvir e a aceitar os sinais que seu corpo lhe dava: “Ao longo dos anos, meu corpo começou a pedir socorro, mas não ouvi, até o dia em que tive uma infecção assintomática e fiquei cinco dias internada. Ali percebi que não valia a pena colocar minha saúde em risco por um corpo considerado perfeito”.

O padrão de beleza estabelecido pela indústria da moda começava a ser questionado pela modelo. Não se sentia saudável e deveria ser modificado com urgência. Não existe “corpo ideal“, pois cada organismo é único e por isso, cada corpo tem o seu peso ideal.
Mudança de conceito
E depois de muito trabalho para mudar sua forma de pensar, aceitar e trabalhar o seu corpo de forma natural, Loiane conseguiu retomar sua carreira com mais segurança e determinação. Mas agora, no mercado “curvy” (curvilínea): A modelo começou a perceber que de alguns anos para cá, a moda brasileira começou a ver que o corpo real é aceito tanto quanto o corpo ‘padrão’. E em outros lugares, como EUA, a aceitação curvy já existe há muito tempo.
Mulheres de diferentes idades, tamanhos, etnias, pesos e cores começam a aceitar o desafio do amor próprio na busca de uma vida mais completa e venturosa. E esse foi o caso dessa menina que saiu do Espírito Santo com 12 anos e hoje com 33 anos decidiu abandonar as dietas excêntricas e procedimentos estéticos evasivos só para atender o mercado da moda e assim aceitar o curso natural do seu corpo.
Com novas perspectivas na carreira Loiane Bienow Foerste afirma em entrevista a Vogue que quer “conquistar meu espaço e trabalhar para grandes marcas que já trabalhei no passado”.
Orgulho pomerano
Em contato com a Folha Pomerana, Loiane disse “tenho muito orgulho da minha etnia pomerana. Sou pomerana de pai e mãe. Meus avôs e avós tinham dificuldade de falar o português. E é por isso que a nossa identidade história e cultural é muito rica. Povo simples, humilde e trabalhador”.
E para as jovens que sonham com a carreira de modelo, Loiane aconselha: “não é carreira fácil. Ela é muito mais complexa do que se possa imaginar. Então vá se preparando com disposição para trabalhar e conquistar seu espaço no mercado. Se esse for seu sonho, lute por ele com toda inteligência e muita sabedoria”.
Hoje a modelo Loiane Bienow Foerste mora em São Paulo com o marido Luiz Rodrigo Roma, a irmã Ludmila Bienow Foerste, a mãe Ducinelda Bienow e o padrasto Claudeci Kipper.